Por Mathias Rodrigues
Sedufsm – Seção Sindical
Sedufsm – Seção Sindical
Segundo dados divulgados pelo diretor do 
Departamento de Patrimônio e Probidade da Advocacia Geral da União 
(AGU), André Luiz de Almeida Mendonça, entre 60 e 70% dos desvios de 
dinheiro público no Brasil ocorrem nas áreas da Educação e Saúde, além 
de saneamento básico. Para Mendonça, tal percentual é justificado pela 
maior facilidade de corrupção nestes setores, que trabalham com altos 
volumes de recursos, mas sempre com repasses de valores baixos, o que 
dificulta a fiscalização pelos órgãos de controle como AGU e 
Controladoria Geral da União (CGU).
Legalmente, os crimes nessas duas áreas 
são considerados hediondos. Na Saúde, a falta de verba, por conta dos 
devios, resulta em um mau atendimento pelo sistema público, com menos 
equipamentos e medicamentos e ainda profissionais mal pagos e com menos 
capacitação. Esse conjunto de fatores literalmente condena à morte 
milhares de cidadãos por ano.
Pelo lado da Educação, além da má 
formação dos alunos, os desvios até em recursos destinados à merenda 
escolar também contribuem para afetar a saúde dos estudantes, que muitas
 vezes tem nessa alimentação sua principal fonte de nutrientes. Nesta 
área, os conselhos tutelares são fundamentais para fiscalização e 
denúncia ao Ministério Público de eventuais crimes. Hoje, no Brasil, 
apenas 1,6% dos municípios não possui conselhos, segundo levantamento do
 IBGE em 2009.
Além dos desvios de verbas, as duas áreas
 também recebem poucos recursos se comparadas ao destinação dada pelo 
governo a outros investimentos. Atualmente são investidos em torno de 3%
 do Produto Interno Bruto (PIB) em educação e 4% em saúde, enquanto mais
 de 46% são destinados ao pagamento de juros e amortizações da dívida 
pública. Segundo Marina Barbosa Pinto, presidente do ANDES-SN, há de se 
inverter as prioridades na hora de se investir em educação. “O ANDES-SN 
propõe que se assuma a educação pública como uma prioridade. Significa 
que, havendo o aumento de arrecadação do país, é necessário investir 
mais em educação, e portanto alterar o percentual do PIB destinado à 
educação”, observou Marina.

Nenhum comentário:
Postar um comentário