quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Em defesa da Educação: CAMPANHA FECHAR ESCOLAS É CRIME!

Um grupo de professores, intelectuais e entidades da área da educação
assinaram manifesto lançado pelo MST, nesta sexta-feira (14/10), que
denuncia o fechamento de 24 mil escolas na área rural e cobra a
implementação de políticas que fortalecimento da educação no meio
rural.

“Fechar uma escola do campo significa privar milhares de jovens de seu
direito à escolarização, à formação como cidadãos e ao ensino que
contemple e se dê em sua realidade e como parte de sua cultura. Num
país de milhares de analfabetos, impedir por motivos econômicos ou
administrativos o acesso dos jovens à escola é, sim, um crime!”,
denuncia o documento.

Entre 2002 e 2009, mais de 24 mil escolas do campo foram fechadas. Os
dados do Censo Escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais (Inep), do Ministério da Educação, apontam que, no meio
rural, existiam 107.432 escolas em 2002. Já em 2009, o número de
estabelecimentos de ensino reduziu para 83.036.




CAMPANHA FECHAR ESCOLAS É CRIME!

Mais de 24 mil escolas do campo foram fechadas nos últimos oito anos.

A Educação é um direito fundamental garantido pela ConstituiçãoFederal (Título II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais, CapítuloIII, seção I) - direito de todos e dever do Estado. Entretanto, nosúltimos anos, milhares de crianças e adolescentes, filhos e filhas decamponeses, estão sendo privados deste direito.Nos últimos oito anos, mais de 24 mil escolas do campo foram fechadas.Os dados do Censo Escolar do Instituto Nacional de Estudos e PesquisasEducacionais (Inep), do Ministério da Educação, apontam que, no meiorural, existiam 107.432 escolas em 2002. Já em 2009, o número deestabelecimentos de ensino reduziu para 83.036.Para essas famílias camponesas, o anúncio do fechamento de uma escolana sua comunidade ou nas redondezas significa relegar seus filhos aotransporte escolar precarizado, às longas viagens diárias de ida evolta, saindo de madrugada e chegando no meio da tarde; à perda daconvivência familiar, ao abandono da cultura do trabalho do campo e atantos outros problemas.O resultado comum desse processo é o abandono da escola, por grandeparte daqueles levados do campo para estudar na cidade. É por essarazão que os níveis de escolaridade persistem muito baixos no campobrasileiro, em que pese tenha-se investido esforços e recursos para auniversalização da educação básica.Portanto, fechar uma escola do campo significa privar milhares dejovens de seu direito à escolarização, à formação como cidadãos e aoensino que contemple e se dê em sua realidade e como parte de suacultura. Num país de milhares de analfabetos, impedir por motivoseconômicos ou administrativos o acesso dos jovens à escola é, sim, umcrime!A situação seria ainda mais grave não fosse a luta dos movimentossociais do campo, por políticas de ampliação, recuperação,investimentos, formação de educadores e construção de escolas nocampo. Importantes para reduzir a marcha do descaso dos gestorespúblicos para com os sujeitos do campo, mas insuficiente para garantira universalização do acesso à educação no campo.Denunciamos essa trágica realidade e conclamamos aos gestores públicosmunicipais, estaduais e federais que suspendam essa políticaexcludente, revertendo o fechamento de escolas e ampliando o acesso àeducação do campo e no campo. Conclamamos também a sociedadebrasileira para que se manifeste em defesa do direito humano àeducação, em defesa dos direitos das crianças, adolescentes e jovensdo campo frequentarem a educação básica, no campo.Defender as escolas do campo é uma obrigação, fechar esc olas é umcrime contra as futuras gerações e a própria sociedade!

Assinam

Marilena Chauí - Professora de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP)

Dermeval Saviani- Doutor em Filosofia da Educação – Universidade
Estadual de Campinas (UNICAMP),

Gaudêncio Frigotto, Professor Titular aposentado da Universidade
Federal Fluminense (UFF) mestre e doutor em Educação

Roberto Leher - Professor da Faculdade de Educação da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Celi Zulke Taffarel - Doutora em Educação – Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Sergio Lessa, professor do Departamento de Filosofia da Universidade
Federal de Alagoas Universidade Federal de Alagoas (UFAL)

Elza Margarida de Mendonça Peixoto - Doutora em Educação -
Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Attíco Chassot- Doutor em Educação, professor e pesquisador do Centro
Universitário Metodista do IPA.

Gelsa Knijnik- Doutora em Educação da Universidade do Vale do Rio dos
Sinos (UNISINOS)

Luiz Carlos de Freitas- é professor da Faculdade de Educação da
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

Cláudio Eduardo Félix dos Santos – Doutorando em Educação - Professor
da Universidade do Estado da Bahia (UNEB)

Mauro Titton - Professor do Centro de Educação da Universidade Federal
de Santa Maria (UFSM)

Daniel Cara - Cientista Político - Coordenador Geral da Campanha
Nacional pelo Direito à Educação.

Entidades
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE)- Presidente
Roberto Franklin de Leão

Ação Educativa - Sergio Haddad, economista, doutor em educação,
coordenador geral ActionAid
Centro de Cultura Luiz Freire – (CCLF)

Latinoamericana da educação - Campaña Latinoamericana por el Derecho a
la Educación – (CLADE) - Coordenadora Camilla Crosso

Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (CEDECA- CE) -–
Coordenadora Margarida Marques

E-Changer Brasil – Solidariedade, construção coletiva, intercambio
entre os povos – Coordenação - Djalma Costa


Por mais investimentos na educação: 10% do PIB JÁ!
Por um PNE que contemple os diversos setores da sociedade!

"PNE eu digo não! é 10% pra Educação!"

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