Há pelo menos dois meses vivemos um episódio pronunciado: a
interdição de parte das instalações do Campus da UEPA em Santarém, o popular
“prédio azul”. Na tarde desta quinta-feira, dia 12 de abril, mais de 100 estudantes da
Universidade do Estado do Pará foram às ruas de Santarém para fazer o primeiro
protesto estudantil da história deste campus. O cerne das reivindicações era
sobre a atual situação estrutural da instituição, o corte de verbas para a UEPA
em todo estado e também a questão dos transportes coletivos que não estão à
disposição dos discentes da Universidade, pois como sabemos os problemas ultrapassam os muros da Universidade.
Aproveitando da “presença” da Reitora, Marília Xavier, que
sabendo do ato tratou de ir para o campus de Altamira, deixando apenas a pró-reitora
de Extensão, Mariane Franco,
que leu uma nota da REItoria que não acalmou os ânimos dos discentes, os acadêmicos de todos os cursos – Medicina, Enfermagem, Fisioterapia,
Música e Educação Física – deram um grande exemplo de unidade e organização,
reivindicando publicamente melhorias nas condições de ensino-aprendizagem da
UEPA.
Precisamos entender
que estas reivindicações se chocam diretamente com as atuais administrações do
Estado. Primeiro com o Governador Simão Jatene (PSDB), que apesar de usar o “Prédio
Azul” para sua campanha, demostra um total descaso com os estudantes do campus
de Santarém. Logo em seguida, as reivindicações por ônibus para os estudantes
que têm a ver com atual gestão municipal. A Prefeita Maria do Carmo (PT), junto
dos donos das empresas de transportes, prefere simplesmente esquecer que
existem estudantes naquela instituição e não organiza a passagem de transporte
coletivo em frente ao campus.
A principal pauta
discutida no ato público foi a situação do “Prédio Azul”, interditado pelo
Corpo de Bombeiros no dia 17 de fevereiro. Este oferece sérios riscos à
segurança dos estudantes, professores e funcionários. Após quase dois meses da
interdição, sequer foi iniciada a reforma do prédio, o que gera inúmeros
transtornos à comunidade acadêmica. Enquanto isto o governo do estado prefere
alugar o espaço de uma instituição privada de ensino superior, que alugou parte
da sua estrutura para a UEPA por um preço de R$ 25 mil reais por mês.
Para Divana Maia, estudante do
curso de Enfermagem e representante do Centro Acadêmico do curso: "a culpa
dos estudantes da UEPA não possuírem a mínima estrutura para realizar suas
atividades é da falta repasses do governador do estado, Jatene que é do PSDB e
da reitora que foi indicada por ele e que faz uma péssima gestão dos recursos
financeiros, que já são poucos. Não podemos permitir que se faça o aluguel de
outra estrutura física para nossas aulas ainda mais sendo de uma universidade
privada. Esse dinheiro faz falta na Universidade e poderia está sendo investido
nela”! Conclui.
Diante de tal
situação, os estudantes se concentraram em frente à UEPA a partir das 14h; por
volta das 15h, saíram em passeata pelas ruas próximas da Universidade, fechando
por alguns minutos pontos de grande tráfego de veículos da cidade. Nas falas,
os manifestantes chamavam atenção para a situação da UEPA e para a necessidade
de maior atenção do Governador Simão Jatene ao ensino superior em Santarém.
A ANEL Santarém esteve - e estará - presente no ato, dando total apoio à
mobilização dos acadêmicos da UEPA.
Novos ventos sopram
para o Movimento Estudantil da UEPA, com inicio no dia 12 de abril de 2012, assim
podemos considerar um dia histórico para os estudantis em Santarém. Os
acadêmicos da UEPA deram um grande recado ao Governo do Estado, à Reitoria da
instituição e a Prefeita. Isso tudo ao som de “A UEPA somos nós, queremos vez e
voz!”. Sem duvida, um marco no campus. O próximo passo é a mobilização permanente
dos estudantis até que as reivindicações por melhorias sejam conquistadas.
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