quarta-feira, 16 de abril de 2014



MANIFESTO DE APOIO E SOLIDARIEDADE A OCUPAÇÃO “PEDRO JORGE”

Desde segunda-feira (14), o estudante Pedro Jorge, da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), está ocupando o Campus Amazônia (também conhecido como Campus Boulevard e antigamente como Campus Hotel), primeiramente por não ter mais dinheiro para arcar com o pagamento de aluguel, por conta dos sucessivos atrasos no pagamento da bolsa permanência, e também como forma de protestar contra uma Administração Superior que não tem honrado os compromissos assumidos durante a campanha eleitoral.
Em texto construído conjuntamente com outros estudantes, é relatado que: “Entre os dias 11 e 17 de fevereiro houve um processo de renovação da bolsa, no entanto, devido às burocracias cegas da Universidade, Pedro e mais de sessenta estudantes foram excluídos do processo. Após reanálise ele e os outros estudantes foram reincorporados ao programa, mas apenas os estudantes que não passaram pela reanálise foram contemplados com o pagamento referentes aos meses janeiro e fevereiro. Ao todo, sessenta e seis estudantes ainda estão sem receber o pagamento referente a esses meses.”
Motivos não faltam para protestar, pois as pautas históricas das três categorias (professores, técnicos e estudantes) estão longe de serem atendidas. Incontestavelmente, os integrantes da Universidade que votaram na candidata Raimunda Monteiro, estão fazendo sua experiência. Ainda que o discurso tenha sido diferente do propalado pelo candidato Aldo Queiroz, apoiado pela antiga Administração Superior Pro Tempore, o modus operandi é semelhante tendo em vista não romperem com o modelo de Universidade proposto pelo REUNI (Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais), de expansão sem aumento das verbas para educação pública, acarretando grande precariedade, combinada com uma diminuição da democracia interna e autonomia universitária. Após quatro anos de “fundação” (tendo em conta que ela nasceu a partir dos campi já pré-existentes da UFPA e da UFRA), os reflexos do REUNI sãos visíveis na UFOPA, não existindo uma estrutura mínima consolidada que atenda satisfatoriamente os cursos e a comunidade universitária crescente.
Como fruto da última greve, que atingiu 95% das Instituições Públicas de Ensino Superior (IFES), em que estudantes, professores e técnicos uniram-se em prol da educação pública, o orçamento de 2014 do PNAES (Plano Nacional de Assistência Estudantil) ultrapassou 700 milhões de reais. Porém, cabe ressaltar que tanto a nível local como a nível nacional existe uma secundarização e contingenciamento de seus recursos, algo que caminha na contramão de toda lógica da concepção de assistência estudantil, pois compromete a subsistência das/dos estudantes, impedindo que seus beneficiários exerçam qualquer atividade por períodos que passam de semanas.
Sucessivos erros e falhas no SIGAA (Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas) têm sido uma constante para os estudantes da Instituição, que enfrentam inúmeras inconsistências na hora de escolher o Instituto e Curso no qual ingressar. Soma-se a isso não haver qualquer sinalização definitiva da Administração Superior sobre uma discussão ampla a cerca de pautas cruciais, como o modelo acadêmico, modelo político pedagógico, auditoria nos contratos de aluguéis (tendo inclusive sido uma das bandeiras da campanha de Raimunda Monteira o exorbitante aluguel pago pelo Campus Boulevard e a promessa de solução de tamanha sangria no orçamento anual da instituição), abertura das contas da universidade e participação ampla das categorias no processo de aplicação dos recursos disponibilizados para cada Instituto. Em outras palavras, transparência na administração da Universidade. Por outro lado, logo nos primeiros dias da nova gestão, o que se viu, como ação levada a cabo, foi a exoneração de uma extensa lista de ocupantes de cargos de chefia, com a nomeação de seus substitutos sem qualquer processo eleitoral de legitimação.
Faz-se fundamental a solidariedade e apoio dos demais estudantes, bolsistas ou não, construindo as ações de protesto e reivindicação, assembleias gerais, atos públicos etc! Afinal, todos somos atingidos, de um jeito ou de outro, quando se tem uma Administração sem compromisso com a comunidade acadêmica como um todo.
Portanto, o papel dos movimentos organizados dentro das categorias é pressionar a Administração para que suas pautas sejam atendidas, já que o caminho para conquistas e transformações é através da luta e ação direta. Pressão que surte efeito muito maior quando há união. Atualmente, os técnicos estão em greve na UFOPA, lutando pelas 30 horas e diversas outras demandas. Compreender que as três categorias são os pilares indissociáveis da Universidade e fortalecer a solidariedade entre elas é urgente, já que lutando em conjunto somos mais fortes!

#POR TRANSPARÊNCIA NA ADMINISTRAÇÃO DA UFOPA!
#PELA REGULARIZAÇÃO NO PAGAMENTO DA ASSISTENCIA ESTUDANTIL!
#PELO ATENDIMENTO DAS PAUTAS HISTÓRICAS DAS CATEGORIAS!
#POR 10% DO PIB PARA A EDUCAÇÃO PÚBLICA JÁ!