MANIFESTO DE APOIO E SOLIDARIEDADE A OCUPAÇÃO “PEDRO JORGE”
Desde
segunda-feira (14), o estudante Pedro Jorge, da Universidade Federal do Oeste
do Pará (UFOPA), está ocupando o Campus Amazônia (também conhecido como Campus Boulevard
e antigamente como Campus Hotel), primeiramente por não ter mais dinheiro para
arcar com o pagamento de aluguel, por conta dos sucessivos atrasos no pagamento
da bolsa permanência, e também como forma de protestar contra uma Administração
Superior que não tem honrado os compromissos assumidos durante a campanha
eleitoral.
Em
texto construído conjuntamente com outros estudantes, é relatado que: “Entre os
dias 11 e 17 de fevereiro houve um processo de renovação da bolsa, no entanto,
devido às burocracias cegas da Universidade, Pedro e mais de sessenta estudantes foram excluídos do processo.
Após reanálise ele e os outros estudantes foram reincorporados ao programa, mas
apenas os estudantes que não passaram pela reanálise foram contemplados com o
pagamento referentes aos meses janeiro e fevereiro. Ao todo, sessenta e seis
estudantes ainda estão sem receber o pagamento referente a esses meses.”
Motivos
não faltam para protestar, pois as pautas históricas das três categorias
(professores, técnicos e estudantes) estão longe de serem atendidas.
Incontestavelmente, os integrantes da Universidade que votaram na candidata
Raimunda Monteiro, estão fazendo sua experiência. Ainda que o discurso tenha sido
diferente do propalado pelo candidato Aldo Queiroz, apoiado pela antiga
Administração Superior Pro Tempore, o
modus operandi é semelhante tendo em
vista não romperem com o modelo de Universidade proposto pelo REUNI (Programa
de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais), de
expansão sem aumento das verbas para educação pública, acarretando grande
precariedade, combinada com uma diminuição da democracia interna e autonomia
universitária. Após quatro anos de “fundação” (tendo em conta que ela nasceu a
partir dos campi já pré-existentes da UFPA e da UFRA), os reflexos do REUNI
sãos visíveis na UFOPA, não existindo uma estrutura mínima consolidada que atenda
satisfatoriamente os cursos e a comunidade universitária crescente.
Como fruto da última greve, que atingiu 95% das Instituições
Públicas de Ensino Superior (IFES), em que estudantes, professores e técnicos
uniram-se em prol da educação pública, o orçamento de 2014 do PNAES (Plano
Nacional de Assistência Estudantil) ultrapassou 700 milhões de reais. Porém, cabe
ressaltar que tanto a nível local como a nível nacional existe uma
secundarização e contingenciamento de seus recursos, algo que caminha na
contramão de toda lógica da concepção de assistência estudantil, pois
compromete a subsistência das/dos estudantes, impedindo que seus beneficiários
exerçam qualquer atividade por períodos que passam de semanas.
Sucessivos
erros e falhas no SIGAA (Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas) têm
sido uma constante para os estudantes da Instituição, que enfrentam inúmeras
inconsistências na hora de escolher o Instituto e Curso no qual ingressar. Soma-se
a isso não haver qualquer sinalização definitiva da Administração Superior
sobre uma discussão ampla a cerca de pautas cruciais, como o modelo acadêmico,
modelo político pedagógico, auditoria nos contratos de aluguéis (tendo inclusive
sido uma das bandeiras da campanha de Raimunda Monteira o exorbitante aluguel
pago pelo Campus Boulevard e a promessa de solução de tamanha sangria no
orçamento anual da instituição), abertura das contas da universidade e
participação ampla das categorias no processo de aplicação dos recursos
disponibilizados para cada Instituto. Em outras palavras, transparência na administração
da Universidade. Por outro lado, logo nos primeiros dias da nova gestão, o que
se viu, como ação levada a cabo, foi a exoneração de uma extensa lista de
ocupantes de cargos de chefia, com a nomeação de seus substitutos sem qualquer
processo eleitoral de legitimação.
Faz-se
fundamental a solidariedade e apoio dos demais estudantes, bolsistas ou não,
construindo as ações de protesto e reivindicação, assembleias gerais, atos
públicos etc! Afinal, todos somos atingidos, de um jeito ou de outro, quando se
tem uma Administração sem compromisso com a comunidade acadêmica como um todo.
Portanto,
o papel dos movimentos organizados dentro das categorias é pressionar a
Administração para que suas pautas sejam atendidas, já que o caminho para
conquistas e transformações é através da luta e ação direta. Pressão que surte
efeito muito maior quando há união. Atualmente, os técnicos estão em greve na
UFOPA, lutando pelas 30 horas e diversas outras demandas. Compreender que as
três categorias são os pilares indissociáveis da Universidade e fortalecer a
solidariedade entre elas é urgente, já que lutando em conjunto somos mais
fortes!
#POR TRANSPARÊNCIA NA ADMINISTRAÇÃO DA
UFOPA!
#PELA REGULARIZAÇÃO NO PAGAMENTO DA ASSISTENCIA
ESTUDANTIL!
#PELO ATENDIMENTO DAS PAUTAS HISTÓRICAS
DAS CATEGORIAS!
#POR 10% DO PIB PARA A EDUCAÇÃO
PÚBLICA JÁ!